Real Madrid x LaLiga: Uma década de conflito ideológico sobre os direitos de transmissão.
Em 30 de abril de 2015, entrou em vigor o Real Decreto 5/2015, estabelecendo a venda centralizada dos direitos de transmissão do futebol profissional espanhol. Essa medida permitiu que LaLiga negociasse coletivamente os direitos de todos os clubes da Primeira e Segunda Divisão, visando uma distribuição mais equitativa dos recursos. Como resultado, os lucros com transmissões televisivas aumentaram significativamente, passando de 844 milhões para 1,839 bilhões de euros anuais, representando um crescimento de 117,9% em uma década.
● A posição do Real Madrid.
Apesar dos benefícios financeiros, o Real Madrid sempre foi crítico à centralização, defendendo a venda individualizada dos direitos. O clube, liderado por Florentino Pérez, protagonizou diversos litígios contra LaLiga, representada por Javier Tebas, evidenciando uma guerra ideológica sobre a gestão dos direitos audiovisuais. Enquanto a maioria dos clubes apoia o modelo centralizado, o Real Madrid argumenta que LaLiga tenta expropriar direitos que pertencem aos clubes, especialmente em relação a conteúdos pré e pós-jogo.
● A guerra Ideológica.
A disputa entre Real Madrid e LaLiga não se limita às salas de reunião; ela se estende aos tribunais e à opinião pública. Florentino Pérez acusa LaLiga de tentar expropriar direitos que pertencem aos clubes, enquanto Javier Tebas responde que o Real Madrid busca controlar todo o conteúdo audiovisual. Essa batalha ideológica reflete visões opostas sobre a gestão do futebol espanhol e não mostra sinais de resolução próxima.
Dez anos após a implementação da venda centralizada dos direitos de transmissão, o futebol espanhol colheu frutos financeiros significativos. No entanto, a disputa entre Real Madrid e LaLiga revela que, além dos números, há uma profunda divergência sobre como o esporte deve ser gerido. Enquanto a maioria dos clubes apoia a centralização como um modelo democrático e equitativo, o Real Madrid continua a lutar por uma abordagem que considera mais justa para os grandes clubes.
