Real Madrid Notícias.

Rafael Louzán fala sobre caso Negreira, arbitragem e futuro do futebol espanhol.

Foto: Reprodução / Google Imagens.

Rafael Louzán, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), foi o destaque dos Desayunos de Europa Press, realizados na Universidade Camilo José Cela. Acompanhado por figuras como Javier Tebas, Enrique Cerezo e Luis de la Fuente, Louzán abordou temas cruciais do futebol espanhol. Sobre o Caso Negreira, ele revelou que Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, lhe disse que "era preciso tomar alguma providência sobre o caso Negreira", mas destacou que o assunto está judicializado e não impacta a arbitragem atual. Louzán também anunciou a criação de um prêmio de jornalismo esportivo em homenagem a José Ángel de la Casa.

● Homenagens e compromisso.

Louzán abriu sua fala relembrando ícones do futebol espanhol, como José Ángel de la Casa, narrador de mais de 300 jogos da seleção, e os falecidos Manolo, do bombo, e Rafa Rullán. "Meu grande objetivo é não decepcionar nem falhar", afirmou, refletindo sobre sua chegada à RFEF após superar um processo judicial de 14 anos, respaldado pela absolvição do Tribunal Supremo e pelo apoio de figuras como Tebas e Pedro Rocha.

● Reforma na arbitragem.

A arbitragem foi um tema central. "O modelo arbitral precisa evoluir, não muda desde 1909", declarou Louzán, destacando a necessidade de modernização, com a integração de inteligência artificial e maior participação do futebol profissional, que aporta 44 milhões de euros. O Real Madrid, crítico ao sistema arbitral, integra a comissão de mudanças e concorda em vários pontos. Sobre Luis Medina Cantalejo, presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA), Louzán disse que "não se trata de pessoas, mas de mudar a estrutura", enfatizando que o próximo líder do CTA deve conquistar o apoio de todos.

● Defesa dos árbitros.

Louzán pediu respeito aos árbitros, criticando a violência verbal, especialmente no futebol de base. "Os árbitros merecem carinho e admiração, seja diante de 80 mil ou oito pessoas", afirmou, reconhecendo que erros acontecem, mas defendendo o compromisso do coletivo. Ele anunciou uma reunião com árbitros na sexta-feira para reforçar o apoio da RFEF e combater a violência no esporte.

● Polêmica na final da Copa do Rei.

Sobre a final da Copa do Rei, Louzán admitiu que a coletiva de imprensa pré-jogo dos árbitros Ricardo de Burgos Bengoetxea e Pablo González Fuertes "não foi o momento mais apropriado". Ele confirmou que a prática será suspensa e que conversou com o Real Madrid, que se recusou a participar dos eventos prévios. "O Real Madrid deveria ter estado nos atos, e conseguimos acalmá-los", disse, elogiando a atuação de De Burgos na partida.

● Relação com Florentino Pérez e caso Negreira.

Louzán revelou ter se encontrado com Florentino Pérez duas ou três vezes, mas não vê necessidade de reuniões formais. "Era preciso tomar alguma providência sobre o caso Negreira", relatou, citando o presidente do Real Madrid, mas reforçou que o caso "é vergonhoso, mas não influencia a arbitragem atual, pois está nas mãos da justiça". O Caso Negreira envolve pagamentos de mais de 7,3 milhões de euros do Barcelona a José María Enríquez Negreira, ex-vice-presidente do CTA, entre 2001 e 2018, e segue sob investigação judicial.

● Inovações no Futebol Feminino e VAR.

No futebol feminino, Louzán prometeu investir em tecnologia. "Vamos oferecer a melhor tecnologia possível, provavelmente com uma alternativa ao VAR, aguardando a autorização da FIFA", anunciou, sinalizando avanços para a modalidade. A iniciativa visa equiparar a qualidade técnica entre as competições masculina e feminina.

● Futuro da Final da Copa e Supercopa.

Sobre a final da Copa do Rei, Louzán elogiou o estádio La Cartuja, mas anunciou um concurso para a escolha da próxima sede, já que outras cidades manifestaram interesse. Quanto à Supercopa na Arábia Saudita, ele defendeu a parceria: "É difícil encontrar alternativas que gerem o que a Supercopa proporciona ao futebol espanhol". O contrato vai até 2029, com possibilidade de expansão para outras competições, como futsal.

● Mundial 2030 e polêmica com Vigo.

Louzán nomeou Eduard Desviahaj, com vasta experiência em eventos da FIFA e UEFA, como responsável pelo Mundial 2030. Sobre a exclusão de Vigo como sede, ele explicou que a decisão foi tomada em um contexto de transição na RFEF, mas a FIFA terá a palavra final. "Vigo e Valencia ainda podem ser consideradas, pois algumas sedes podem falhar", afirmou, destacando que o processo está em aberto.