
Estreia frustrante: Real Madrid empata com Al-Hilal no Mundial de Clubes 2025.

O Real Madrid estreou no Mundial de Clubes da FIFA com um empate sem brilho por 1 a 1 contra o Al-Hilal, no Hard Rock Stadium, em Miami, às 15h no horário local (16h em Brasília, 21h na Espanha). Sob o comando de Xabi Alonso, em seu primeiro jogo como técnico, o time merengue não conseguiu se impor, com Gonzalo marcando o gol madridista e Valverde desperdiçando um pênalti crucial no minuto 92. O resultado reflete um desempenho aquém do esperado, em um torneio que mistura pós-temporada e pré-temporada.
● Um jogo sem inspiração.
O Real Madrid não conseguiu deixar sua marca na estreia do Mundial de Clubes da FIFA, em um jogo que pouco diferiu do desempenho irregular da era Ancelotti. Xabi Alonso, com apenas nove treinos e três com o elenco completo, optou por um 4-3-3 clássico, mantendo a base do antecessor. A única novidade foi a escalação de Gonzalo, da base, no lugar de Mbappé, que não se recuperou a tempo. Os reforços Trent Alexander-Arnold e Huijsen também estrearam, mas o time não mostrou a pressão alta, a menor distância entre linhas ou o ímpeto prometido pelo novo treinador. O calor sufocante de Miami, com sensação térmica de 38ºC, agravou o desempenho apático, deixando o Madrid com um empate sem graça diante de um Al-Hilal que mereceu o ponto.

● Primeiro tempo equilibrado.
O jogo começou com chances para os dois lados, especialmente em chutes de longa distância. Logo aos dois minutos, Sergej Milinković-Savić tentou de fora da área, mas Courtois defendeu. Aos seis minutos, Asencio respondeu com um chute forte, parado por Bono. O Al-Hilal teve a chance mais clara aos dez minutos, com Marcos Leonardo finalizando na pequena área, mas a bola passou a centímetros do gol. Um gol de Renan Lodi foi anulado por impedimento, evidenciando falhas defensivas do Madrid, que sofreu com espaços na marcação, especialmente na ala direita, onde Trent e Rodrygo não se entenderam.
O domínio madridista começou a aparecer após a pausa de hidratação. Aos 33 minutos, Rodrygo arriscou um chute de canhota que passou por cima. No minuto seguinte, aos 34, o Real abriu o placar em um contra-ataque. Gonzalo iniciou a jogada, que passou por Vinicius, Valverde e Rodrygo, este último dando uma assistência precisa para o jovem da base finalizar no mano a mano com Bono. O gol, porém, veio com um remate mascado, mas válido. A vantagem durou pouco. Aos 41 minutos, Asencio cometeu um leve agarrão em Marcos Leonardo na área, e o árbitro argentino Facundo Tello marcou pênalti. Rúben Neves converteu com precisão, empatando o jogo antes do intervalo. O Al-Hilal ainda teve uma chance com Salem Al Dawsari, cuja finalização passou perto.

● Segundo tempo com ajustes, mas sem vitória.
Na volta do intervalo, Xabi Alonso fez uma mudança ao estilo Ancelotti, sacando Asencio, possivelmente punido pelo pênalti, e colocando Tchouaméni como zagueiro para dar espaço a Arda Güler. Logo aos 46 minutos, Güler acertou o travessão em um chute de canhota após cruzamento de Vinicius. O Madrid voltou mais intenso, mas não necessariamente mais organizado. Aos 61 minutos, Gonzalo cabeceou no segundo pau após novo cruzamento de Vinicius, mas Bono fez grande defesa. Aos 73 minutos, Valverde tentou de dentro da área, mas o goleiro do Al-Hilal brilhou novamente.
Apesar de encurralar o adversário, o Real Madrid não encontrava o caminho do gol. Aos 87 minutos, Al Qahtani acertou o rosto de Fran García com o braço dentro da área. Após revisão no VAR, Facundo Tello marcou outro pênalti. Valverde assumiu a responsabilidade, mas Bono defendeu com categoria no minuto 92. Nos acréscimos, Gonzalo tentou mais uma cabeçada, mas o goleiro marroquino voltou a salvar, garantindo o empate.

● Al-Hilal mais preparado.
O Al Hilal mostrou-se um adversário muito mais estruturado do que na final do Mundial de 2022, quando perdeu por 5 a 3 para o Real Madrid. Reforçado com jogadores como Bono, Milinković-Savić, Renan Lodi, Rúben Neves e João Cancelo, e agora treinado por Simone Inzaghi, o time saudita criou três boas chances nos primeiros dez minutos e explorou bem as fragilidades defensivas do Madrid. Mesmo sem seu artilheiro Mitrović, o Al Hilal foi mais incisivo, especialmente com Marcos Leonardo, que desperdiçou duas oportunidades claras na segunda etapa, uma por erro de Huijsen e outra por falha de Lucas Vázquez.

● Limitações do Real Madrid.
O Real Madrid sofreu com problemas estruturais. Bellingham, reposicionado como um meio-campista mais recuado, não brilhou, e Vinicius permaneceu apagado, quase sumido na ponta esquerda. A saída de bola não fluiu, e a falta de automatismos no plano de Xabi Alonso, que exige defender mais adiante, ficou evidente. A janela de transferências, descrita como uma "janela de chantagens" para o Madrid e outros clubes, limitou as opções, adiando possíveis reforços para agosto.