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Vinicius Jr. presta depoimento e denuncia racismo em julgamento contra membros da Frente Atlético.

Foto: Reprodução / Jornal MARCA.

Vinicius Jr., astro do Real Madrid, prestou depoimento nesta segunda-feira (19/05/2025) em um julgamento na Audiência Provincial de Madri contra quatro membros do grupo ultra Frente Atlético, ligados ao Atlético de Madrid. Os acusados responderão por pendurar, em janeiro de 2023, um boneco inflável com a camiseta do jogador em uma ponte próxima à Cidade Esportiva de Valdebebas. "Foi por causa da cor da minha pele", afirmou Vinicius, destacando que o ato racista atentou contra sua honra e dignidade.

● Depoimento de Vinicius Júnior.

O julgamento começou com a declaração de Vinicius, realizada por videoconferência desde Valdebebas, devido à sua convocação para o Mundial de Clubes em junho, nos Estados Unidos. Com tom sério, o jogador relatou que, ao ver o ocorrido nas redes sociais, ficou "muito triste", sem saber se ele ou sua família estavam em perigo. "Foi por causa da cor da minha pele e contra mim", reforçou, respondendo a um advogado de defesa que questionou se o ato teria ocorrido caso ele jogasse por outro time, como o Rayo Vallecano. Vinicius também mencionou outros insultos sofridos no estádio Riyadh Air Metropolitano, casa do Atlético.

● Acusações e punições.

O Ministério Público solicita quatro anos de prisão para os quatro acusados por crimes contra os direitos fundamentais e liberdades públicas, na modalidade de ataque à dignidade, além de ameaças. A acusação particular, representando o Real Madrid e Vinicius, apoia o pedido do fiscal. Além disso, é exigida uma indenização de 6.000 euros por danos morais ao jogador. Segundo o processo, os jovens, identificados como membros da Frente Atlético, grupo ultra, agiram de forma coordenada para humilhar Vinicius por sua cor de pele.

Foto: Reprodução / Google Imagens.

● O incidente de janeiro de 2023.

Na madrugada de 25 para 26 de janeiro de 2023, horas antes do confronto entre Real Madrid e Atlético de Madrid pela Copa do Rei, no Estádio Bernabéu, os acusados foram a uma ponte na rodovia M-11, perto de Valdebebas. Lá, penduraram um boneco inflável de 1,65 metro, com pele e cabelo pretos, vestindo a camiseta de Vinicius com seu nome e número, amarrado por uma corda e com pedras presas aos tornozelos. Ao lado, exibiram uma faixa vermelha de 12,9 metros com a frase "Madri odeia o Real". O ato foi amplamente divulgado nas redes sociais, viralizando com 18.000 visualizações.

Foto: Reprodução / Google Imagens.

● Divulgação e impacto.

Um dos acusados, identificado como Á. B. R., publicou uma foto do boneco e da faixa em uma conta na rede X, com 1.223 seguidores, para justificar a ação. Ele também compartilhou uma segunda imagem dos preparativos, com a camiseta de Vinicius contra uma parede, usando a hashtag #TodosSomosVini de forma sarcástica, intensificando o desprezo ao jogador. A repercussão atingiu a imprensa tradicional, ampliando o dano à dignidade de Vinicius e do coletivo que ele representa, segundo a acusação.

Foto: Reprodução / Google Imagens.

● Contexto de racismo.

O caso de 2023 não é isolado. Vinicius tem sido alvo recorrente de abusos racistas na Espanha, como os cânticos de "macaco" por torcedores do Atlético em 2022 e insultos no estádio Mestalla, em maio de 2023, que resultaram na condenação de três torcedores a oito meses de prisão. O julgamento atual reforça a luta contra o racismo no futebol, com o Real Madrid e a LaLiga apoiando ações judiciais para coibir crimes de ódio.