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Isabel Díaz Ayuso propõe reforma para blindar megaconcertos no Santiago Bernabéu.

Foto: Reprodução / Google Imagens.

Isabel Díaz Ayuso, presidenta da Comunidade de Madri, está articulando uma reforma na Lei de Espetáculos Públicos e Atividades Recreativas (LEPAR) para blindar os megaconcertos no Santiago Bernabéu. A proposta, que inclui elevar os limites de decibéis, busca garantir segurança jurídica aos eventos e superar as reclamações dos moradores, que já silenciaram o estádio merengue.

● O silêncio no Bernabéu.

Após a reforma bilionária do Estádio Santiago Bernabéu, o Real Madrid apostava em transformá-lo num dos principais palcos para shows musicais na capital espanhola. Mas as queixas dos vizinhos pelo excesso de barulho gerado pelos concertos de grandes artistas forçaram a suspensão temporária desses eventos. Nomes como Aitana, Lola Índigo e Dellafuente, que planejavam se apresentar no Bernabéu, tiveram que migrar para o Riyadh Air Metropolitano, Estádio do Atlético de Madrid, levando consigo os lucros que o clube blanco esperava embolsar.

● A resposta de Ayuso.

Diante desse cenário, Ayuso acionou a Comissão de Interior para criar um "escudo legal" que proteja eventos de grande porte e interesse regional, como os concertos no Bernabéu. A reforma da LEPAR, confirmada por fontes da Comissão de Meio Ambiente, Agricultura e Interior à agência EFE, visa "dar maior controle e segurança jurídica aos espetáculos extraordinários em Madri". A medida é uma reação direta às cancelações provocadas pelas denúncias de moradores, que também começam a surgir nas proximidades do Metropolitano.

● Reclamações no Metropolitano.

Com a transferência dos shows para o estádio do Atlético de Madrid, os problemas de barulho seguiram o mesmo caminho. Vizinhos do Metropolitano já expressaram insatisfação com o ruído, embora a prefeitura de Madri afirme não ter registros de que os limites máximos de decibéis tenham sido ultrapassados. A situação expõe o desafio de conciliar grandes eventos com o direito ao descanso dos moradores, um equilíbrio que a reforma de Ayuso pretende alcançar.

● Detalhes da reforma.

O "escudo legal" proposto por Ayuso inclui uma elevação dos limites de decibéis permitidos, mas descarta a isenção total das restrições sonoras. A ideia é adotar um modelo semelhante ao de outras cidades europeias, focando na média de ruído ao longo do evento, em vez de punir picos momentâneos que possam ser considerados ilegais. Além disso, a Comunidade de Madri terá que cumprir exigências rigorosas de limpeza e segurança para apaziguar as preocupações dos moradores e garantir a viabilidade dos eventos.

● Contexto e impacto.

A reforma, que deve entrar em vigor em 2026, segundo informações do jornal El Mundo, é vista como uma tentativa de manter Madri como epicentro de eventos culturais e esportivos, incluindo o futuro Grande Prêmio de Fórmula 1, previsto para setembro de 2026 em Valdebebas. O caso do Bernabéu, que acumula multas de mais de dois milhões de euros aos promotores por excesso de ruído, serve como alerta para a necessidade de um marco legal mais robusto. A iniciativa de Ayuso, no entanto, enfrenta resistência de grupos como Más Madrid, que já judicializaram projetos como o circuito de F1, e depende do debate na Assembleia de Madri para avançar.