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Real Madrid sofre com ausência de maestro e escancara problema no meio-campo.

Foto: Reprodução / Real Madrid.

O empate por 1 a 1 contra o Al Hilal, em 18 de junho de 2025, no Mundial de Clubes da FIFA, escancarou uma verdade incômoda no Real Madrid: falta um maestro no meio-campo. Miami colocou o holofote no elefante na sala do time de Xabi Alonso: a ausência de um criador, um jogador que dite o ritmo e organize o caos. A sombra de Toni Kroos ainda paira, e a decisão de não renovar com Luka Modrić acende o debate: o problema poderia ter sido evitado? Agora, o clube busca um nome no mercado, mas a solução está longe de ser clara.

● Um diagnóstico cruel em Miami.

O jogo no Hard Rock Stadium foi um raio-x do problema. O Real Madrid não tem um jogador que comande a criação, que controle os tempos e dê ordem ao jogo. Um Rodrigo, um Vitinha, um Fabián, um Pedri – alguém que seja o cérebro, o coração do time. Sem isso, o time merengue fica refém do talento individual, sobrevivendo no caos em vez de dominar com fluidez. A falta de um timoneiro deixou o Real previsível, dependendo de lampejos dos pontas para desequilibrar, algo que raramente aconteceu contra o Al Hilal.

● O chocante 45% de posse.

Os números não mentem. No intervalo contra o Al Hilal, o Real Madrid teve apenas 45% de posse de bola – algo impensável para um time que não jogava intencionalmente recuado. No fim, a posse subiu para 52%, mas ainda assim tímida. Xabi Alonso escalou um meio-campo com Tchouaméni, um cão de guarda, Valverde, um motor incansável, e Bellingham, um finalizador. Nenhum deles é um criador nato. Com os extremos abertos, o time ficou sem direção, perdendo a batalha do meio-campo para o Al Hilal, que controlou o jogo com mais inteligência.

● Bellingham e a falta de protagonismo.

Mais números: Bellingham, mesmo jogando 40 minutos a mais, tocou menos a bola que Arda Güler (50 contra 56). Posicionado mais como um jogador de três quartos, escorado na ponta, ele não foi o maestro de que o time precisava. Valverde, com 52 passes, acertou apenas 18 no terço final (34%), onde as linhas adversárias são quebradas. Sem um articulador, o Real Madrid virou um time de passes laterais, sem roteiro, apostando tudo na genialidade individual dos extremos, que não apareceu.

● O dilema do mercado.

O diagnóstico é claro, mas a solução é um quebra-cabeça. Xabi Alonso queria Martín Zubimendi, mas o volante já está encaminhado para o Arsenal. Outros nomes, como Rodrigo (Manchester City), Mac Allister e Enzo Fernández (ambos do Chelsea), encantam, mas são caros e de negociações quase utópicas. Opções mais acessíveis, como Angelo Stiller, foram avaliadas, mas descartadas por não convencerem. O Real Madrid varre o mercado em busca de um jogador com nível para o clube, sem precisar desembolsar uma fortuna – uma missão que parece cada vez mais complicada.

● Um problema enraizado.

A ausência de um criador é o elefante na sala do Real Madrid: evidente, mas difícil de resolver. A decisão de não manter Modrić, um gênio na armação, ainda gera questionamentos. Enquanto isso, o clube enfrenta a pressão de encontrar "o cara" sem estourar o orçamento. Mas uma coisa é certa: sem um maestro, o time seguirá refém do talento bruto, longe do controle que marcou suas eras mais gloriosas.