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Arda Güler revela dificuldades em sua primeira temporada no Real Madrid.

Foto: Reprodução / Google Imagens.

Arda Güler, jovem talento turco do Real Madrid, compartilhou suas emoções e desafios em uma carta publicada no The Players’ Tribune. Reflexivo, ele admitiu que, apesar de conquistar a Champions League em sua primeira temporada, não sentiu orgulho pleno. "Não me apetecia levantar o troféu porque não tinha contribuído o suficiente em campo", confessou, destacando a vergonha que sentiu quando Carlo Ancelotti lhe passou o microfone na celebração em Cibeles. Sua trajetória, marcada por lesões, pouco tempo de jogo e a pressão de ser uma promessa, revela um jogador em busca de afirmação.

● Uma estreia desafiadora.

Anunciado pelo Real Madrid em 6 de junho de 2023, Güler enfrentou um primeiro ano turbulento. Lesões, minutos escassos e a abordagem cautelosa de Ancelotti, que optou por integrá-lo gradualmente com a filosofia "piano piano", geraram frustração no entorno do jogador. "O entorno de Güler, imediatista, nunca entendeu a paciência de Ancelotti", relatou a imprensa, mas o técnico se manteve firme, especialmente em 2024/25, protegendo a joia turca do "ruído" externo. Apesar disso, Güler reconhece o aprendizado: "Compreendi que cada passo é necessário no Real Madrid, um clube que exige muito".

● Momentos de confiança.

Na carta, Güler destaca pequenos gestos que marcaram sua adaptação. "Quando Modrić me disse 'Arda, essa falta seria perfeita para você' ou 'Prepare-se, você tem que entrar' em um jogo que estávamos perdendo, senti que cheguei ao clube", escreveu. A confiança em uma lenda como Luka Modrić, um dos maiores meio-campistas da história, foi um divisor de águas. "Esses detalhes significam muito. Ele confiava em mim para mudar o jogo", refletiu Güler, emocionado com o apoio de veteranos.

● Pressão e expectativas.

Aos 20 anos, Güler lida com a imensa expectativa de torcedores e da mídia, especialmente na Turquia, onde é visto como um ídolo. "Conheço pessoas na Turquia que querem me ver em todos os jogos do Real Madrid. Eu também quero, mas sei que preciso ser paciente", admitiu. Ancelotti, com seu papel de mentor, reforça o potencial do jogador: "Quando ele diz que posso ser um dos melhores meio-campistas do mundo, sei que o clube tem um plano para mim". Essa orientação tem sido crucial para moldar Güler para a elite do futebol.

● A dor da suplência.

Apesar do título da Champions League em 2023/24, Güler revela a dificuldade de celebrar sem sentir que contribuiu. "Não me apetecia levantar o troféu porque não tinha contribuído o suficiente em campo", confessou. Na festa em Cibeles, ele evitou o destaque: "Por isso, senti tanta vergonha quando Ancelotti me deu o microfone. Não queria subir no ônibus, estava cansado". Enquanto conversava com Kroos e Modrić, amigos o incentivaram via mensagem: "Você está louco? Acabou de ganhar a Champions! Suba!". Güler, porém, mantém uma postura exigente: "Não basta ganhar um título, preciso sentir que o conquistei".

● Contraste com a Eurocopa.

A experiência na Eurocopa 2024 foi diferente. Güler marcou um golaço contra a Geórgia, desencadeando uma onda de apoio. "Meu celular explodiu com mensagens, curtidas e parabéns. Foi uma loucura", escreveu, destacando como se sentiu valorizado por sua contribuição direta. A diferença entre a glória coletiva na Champions e o impacto individual na Eurocopa reforça sua busca por protagonismo, um traço que o motiva a crescer no Real Madrid.